O filme em questão aborda um tema peculiar para um país de terceiro mundo: crianças abandonadas em orfanatos. O protagonista do filme, um garoto branco, de 11 anos de idade que foi abandonado pela família e por isso mora em um orfanato, contudo, em seu coração reside uma certeza e esperança que comove até o mais rude dos telespectadores. O pai do garoto é um cantor apaixonado pela música e pelo som do violão. A mãe toca violoncelo numa orquestra. Ambos sentem a ternura e a doçura que perpassa nas canções. É justamente nesse cenário de encantamento, de liberdade que eles têm uma inesquecível noite de amor. E como fruto desse amor nasce seu filho. O seu pai, avô do garoto, um senhor extremamente egoísta e conservador diz a filha que seu filho nasceu morto. Inconformada ela reluta em aceitar o seu fado, porém o tempo ameniza a sua dor. O destino lhe dá uma nova chance e o seu pai antes de morrer conta-lhe a verdade. Em um outro cenário de pobreza e de exploração encontra-se seu filho, que tal como os pais sentem paixão pela música e se revela um fenômeno. E por ser um fenômeno ele é explorado por um falso empresário que o suga e o impede de aceitar a proposta de se tornar maestro de uma orquestra. Felizmente o garoto foge e consegue chegar a tempo para a sua apresentação como maestro. Seus pais atraídos pela música vão até o local onde ele está regendo e nesse ambiente musical a família se reencontra e se refaz.
O Som do Coração é um drama contundente que foca em questões cruciais como crianças abandonadas, exploração infantil e preconceito. Por outro lado permite refletir sobre o poder do coração, o poder do amor na reconstrução da família, e na própria reconstrução humana. O filme é apaixonante, com imagens memoráveis. Ele deixa sua mensagem até para aqueles que não acreditam na esperança e no som do coração. Esse filme é um espetáculo imperdível, de encher os olhos.
